sábado, 31 de outubro de 2009

FIFA 10 - Análise


Entra ano, sai ano, e novos games de esportes inundam o mercado, revigorando franquias e pipocando novidades ou repertórios mais amplos de jogadores e times. Mas o que é que os fãs mais exigem afinal? Um novo modo de jogo que leve o gameplay a novos patamares e proezas gráficas sempre superiores são algumas das respostas válidas. A série FIFA é uma das mais exigentes, e talvez exigidas, neste sentido. Um exemplo notável: no ano passado, o game introduziu a modalidade Be A Pro, que convida os jogadores a se tornarem um craque individual da bola, deixando o controle num único esportista em vez de um time todo. Bem ou mal recebido, isso gerou uma nova experiência de jogo. Entra em campo FIFA 10. O game é mais um esforço da EA Sports em aperfeiçoar sua marca, na onda da decadência da série rival Pro Evolution Soccer – que ainda parece estar lutando para se acomodar nos consoles dessa geração. Se, por um lado, neste esforço não há um sinal de grande revolução, a experiência FIFA foi arranjada de tal forma neste título que fica difícil não recomendá-lo de coração a qualquer fã da pelota.

A maior novidade deste game está em versões melhoradas de dois dos principais modos de jogo do FIFA anterior: o Virtual Pro e o Manager Mode. No primeiro modo, um derivado do Be A Pro, os jogadores devem criar um atleta usando uma boa variedade de customização, tanto no visual quanto nas habilidades e aptidões do jogador virtual. A mecânica do GameFace de Fight Night Round 4 dá as caras neste FIFA e permite que gamers fotografem seus focinhos feios (ou não) e transportem-no para o game, podendo ser capazes de criar uma versão bem fiel à vida real. Depois de selecionar todos os atributos, o novo craque virtual deve seguir uma série de metas para crescer em sua carreira. A sacada, e o que o difere do Be A Pro, está no fato de que você pode levar seu personagem a qualquer outro modo de jogo de FIFA 10. Completar as partidas por vezes repetitivas do modo do ano passado podia se provar uma tarefa um bocado tediosa com o passar do tempo. Não tanto aqui: você pode levar seu craque virtual para alguns lances no novo Training, escalá-lo para uma partida no Quick Play ou mesmo enviá-lo para jogos online via Pro Club Championship contra outras criações de outros gamers. O sistema não é de todo perfeito: embora as metas possam ser completas em qualquer um dos modos, elas pecam em sentido. É comum você criar um meio-campista, cujo principal objetivo é armar jogadas que favoreçam o avanço dos atacantes e tenha como meta fazer, sozinho, três gols em uma só partida. Por não levar em conta a posição e papel de cada jogador no campo, as metas para crescer no Virtual Pro se tornam um pouco redundantes.

O Manager Mode continua mais ou menos o mesmo da versão anterior e prossegue como uma parte importante do pacote. Jogadores podem gerenciar um time próprio, desde jogadores individuais, táticas e a compra de passes. Os recursos podem ser angariados por meio de vitórias e da própria notoriedade de sua equipe, que atrairá mais espectadores aos estádios e aumentará a renda com ingressos. Se, por um lado, o Virtual Pro tem apelo para o público casual, introduzindo-os de forma mais intuitiva às mecânicas do jogo, o Manager Mode pode ser um pouco intimidador em sua minúcia. Os dados levantados depois de cada partida são de um alto nível de detalhe, e um bom técnico deve saber jogar com boa parte dessas informações para levar seu time ao estrelato. A EA havia prometido levar mais realismo ao modo e a tarefa foi cumprida. A equipe tentou recriar um ambiente mais complexo de relações entre times. Isso significa que competir ou negociar passes com alguma equipe como o Manchester United gerenciando times de divisões inferiores vai ser algo extremamente difícil.

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